Descontinuidade de Mohorovicic:
No interior de Terra, a uma profundidade média de 35 km a 40 km, existe uma superfície de descontinuidade que separa a crusta do manto, formada por materiais de composição e propriedades físicas diferentes. Esta zona ficou conhecida como superfície de descontinuidade de Mohorovicic ou simplesmente M.
Descontinuidade de Gutenberg:
De acordo com Gutenbergm a zona de sombra sísmica é devida à existência de um "obstáculo" que modificava o modo de propagação das ondas sísmicas. Este meio foi designado por núcleo terrestre, ficando estabelecido que a profundidade de separação entre o manto e esta nova camada se situa a 2883 km de profundidade, tendo sido designada por Descontinuidade de Gutenberg.
Tendo em conta as expressões que traduzem a velocidade das ondas P e S podemos constatar que a zona de sombra esta directamente relacionada com as propriedades elásticas dos materiais que estas atravessam, nomeadamente a densidade, a incompressibilidade e a rigidez. As ondas S não se propagam a partir da descontinuidade de Gutenberg e, por isso, todos os locais que se encontram a distâncias superiores a ângulos epicentrais de 103º não recebem ondas S directas ou refractadas no núcleo. Os desvios verificados pelas ondas P são de tal maneira significativos que na zona compreendida entre os 103º e os 143º verifica-se um "silêncio sísmico", não emergindo ondas P nem ondas S directas.
Descontinuidade de Lehmann:
Em 1936, através da análise dos registos sismográficos de um sismo ocorrido em 1929, na Nova Zelândia, a dinamarquesa Inge Lehmann verificou que algumas ondas P eram registadas na zona de sombra. Lehmann admitiu que esta anomalia se devia à existência de um núcleo interno no estado sólido, sendo responsável pela refracção e reflexão das ondas P que as obrigava a emergir na zona de sombra. Esta superfície que estabelece a separação entre o núcleo externo, no estado fluido, e o núcleo interno, no estado sólido, designa-se por descontinuidade de Lehmann.
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